Tuesday, October 12, 2004

Velhas questões, sempre actuais

"Pela minha parte, realmente, não apenas confesso, mas proclamo a plenos pulmões que quando traduzo os textos gregos - que não sejam as Sagradas Escrituras (onde até a estrutura da frase é mistério) - não é a palavra, mas o sentido que eu exprimo."
São Jerónimo

Quando o tema é a velha dicotomia entre tradução literal versus tradução livre, regresso sempre às sensatas palavras de São Jerónimo, na sua Carta a Pamáquio sobre o problemas de tradução. Uma reflexão sempre actual e de uma pertinência absoluta, não só quando falamos de tradução literária, mas também, e porque não, da própria tradução de textos técnicos e especializados. Heresias à parte, é sempre de uma exegese que falamos. Experimentemos, por exemplo, aplicar este modelo, esta mesma matriz conceptual a um contrato ou outro texto jurídico, e veremos uma semântica oculta desvelando-se por entre uma sintaxe ecléctica e impenetrável.

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